"As taxas de câmbio adotadas por países concorrentes do Brasil anulam as barreiras
de defesa comercial autorizadas pela Organização Mundial do Comércio (OMC)". A
declaração foi feita pelo diretor superintendente da Abit, Fernando Pimentel, durante o seminário "Os Impactos do Câmbio sobre o Comércio Internacional", na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), no dia 24 de julho. De acordo com Pimentel, como consequência, cada vez mais a indústria nacional perde mercado para as empresas internacionais. Ele disse, ainda, que o setor - mesmo sendo a quinta maior indústria têxtil do mundo - não consegue se manter competitivo frente aos produtos importados.
"Estamos vendo uma destruição das barreiras de defesa comercial legítimas", afirmou. Neste cenário, o dirigente elogiou a postura do Brasil em levar a questão do câmbio para discussão na OMC. Pimentel citou que a balança comercial do setor teve o último superávit em 2005. Desde então, só registra déficit. Em 2011, houve déficit de US$ 4,7 bilhões e a previsão para 2012 é de déficit de US$ 5,6 bilhões. O dirigente disse que a taxa de R$ 2/dólar para o câmbio ainda não é confortável. Para isso, afirmou, ela teria que chegar a um patamar entre R$ 2,60 e R$ 2,70. "A taxa atual não é confortável, e, sim, melhor que o R$ 1,60 verificado há alguns meses", destaca.
Fernando Pimentel também disse que os benefícios fiscais concedidos no Plano Brasil Maior para a indústria nacional - entre eles a desoneração da folha de pagamentos em troca de um porcentual de 1% a 2% sobre o faturamento - estão na direção certa, mas são insuficientes para compensar a perda de competitividade dos empresários brasileiros por conta de câmbio, infraestrutura precária e alta carga tributária.
Apesar de sua relevância para o comércio internacional e para a economia mundial, o câmbio é uma "variável órfã", disse o diretor-titular do Departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior (Derex) da Fiesp, Roberto Giannetti da Fonseca. O câmbio, explicou Giannetti, não tem um paradeiro instituído – nem a Organização Mundial do Comércio (OMC) e nem o Fundo Monetário Internacional (FMI) criam condições de disciplina de câmbio que determinem aos países regras de comportamento. "O câmbio hoje é uma variável permissiva e os países adotam direta ou indiretamente práticas de manipulação que distorcem o mercado internacional", explicou.
Fonte: Com Fiesp e Agência Estado / ABIT - http://www.abit.org.br/site/noticia_detalhe.asp?controle=2&id_menu=20&idioma=PT&id_noticia=4016&#ancora
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