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quinta-feira, 4 de agosto de 2016

CRC/PR - A ESCOLHA É SUA...

Curitiba, 7 de julho de 2016.
 
Vivemos tempos de Sped, e às vezes me pergunto quantos colegas estão ficando pelo caminho, por não conseguirem acompanhar as modernidades e as exigências tecnológicas que invadiram sem dó nem piedade a nossa profissão.

Há em curso uma profunda mudança do perfil do profissional da contabilidade, do seu cotidiano e também dos até então "escritórios de contabilidade" que hoje ou se transformam em "empresas de serviços contábeis e consultoria", ou estão fadados a um futuro nada promissor.

As conversas com colegas contabilistas, as palestras, o contato direto ou através da internet, a ouvidoria do CRCPR são termômetros perfeitos para que possamos medir a quantas andam a evolução da profissão, ou em que estágio está a adaptação de nossa classe aos novos tempos contábeis.

Preocupa-me muito que pouco se fala na ciência contábil propriamente dita. Nosso tempo maior é destinado a falar das obrigações fiscais. Vejo com receio a qualidade baixa do ensino, com raras exceções - e a consequência disso é a formação de profissionais de baixa qualificação. As estatísticas dos exames de suficiência falam por si ! Observamos muitos profissionais de boa cepa se afastando da função, por não conseguirem acompanhar o ritmo frenético das exigências fiscais e tecnológicas principalmente.

E aí pergunto: Seria o sinal dos tempos? Seria o sinal de que a contabilidade saiu da mesmice que ficou por décadas, sem nada praticamente mudar e, acordando, entrou de cabeça na era do SPED e das IFRSs? Era bom aquele tempo do diário, do razão, impressos encadernados, carimbados e jogados num armário para todo sempre? Ou será que é melhor para nossa profissão o tempo atual? Tem gente morrendo de saudades do livro borrador e tem gente orgulhoso de fazer contabilidade num laptop!

Depois de uma longa caminhada, chegamos numa única estrada de mão única, que não tem mais volta! Cabe a nós escolher como vamos encarar a atualidade de nossa profissão e o futuro dela!

Vamos ficar nos queixando do excesso de trabalho ou vamos aproveitar a oportunidade para mostrar ao nosso cliente quanto produzimos e quanto vale nosso serviço?

Vamos ficar reclamando das mudanças nas legislações ou vamos estudá-las a fundo para que possamos ser profissionais qualificados e vender bem nosso conhecimento?

Vamos ficar chamando para nós os problemas dos empresários ou vamos mostrar que cabe a eles resolver o que lhes diz respeito?

Vamos aceitar clientes problemáticos e ser solidários com eles em demandas judiciais ou vamos aprender a dizer NÃO para o que não é correto?

Vamos nos contentar em produzir relatórios que não espelham a realidade das empresas ou vamos convencer o empresário que a contabilidade certeira, sendo o espelho da realidade de uma organização, é a melhor ferramenta de gestão?

Vamos continuar aceitando nosso papel de coadjuvantes ou vamos brigar pelo papel principal nas demandas e nos assuntos da sociedade e do nosso país?

Vamos eleger pessoas de outras profissões para os cargos públicos ou vamos ter como norma que os poderes legislativos e executivos necessitam de pessoas sérias e, de preferência, contabilistas como nós que falem a nossa língua?

Vamos brigar pelo nosso espaço no topo da pirâmide ou vamos ficar lá embaixo à mercê daqueles que se dispõem a tomar as rédeas da sociedade?

O contabilista é um ser estranho mesmo! Sempre reclamou de não ter a sua arte reconhecida e agora que os holofotes começaram a iluminar seu trabalho ele reclama de estar em destaque - já que o preço para isso é estar atualizado com tudo que a modernidade exige.

Precisamos ter consciência de que nossa profissão passou por profundas mudanças, e isso foi ontem, hoje é tempo de nos prepararmos para dizer sim a essa nova realidade e o amanhã é a hora da colheita!

MARCOS RIGONI DE MELLO
Presidente do CRCPR
 
 
 
 

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