Uma técnica contábil usada pela falida corretora MF Global está sendo avaliada pela Comissão de Valores Mobiliários americana (SEC), disse a presidente da agência, Mary Schapiro. A SEC está em conversas com a Diretoria de Normas Financeiras Contábeis (FASB, em inglês), sobre acordos de "recompra até o vencimento" que a MF Global usou em sua contabilidade não incluída em balanço patrimonial, disse Schapiro durante uma audiência na Comissão de Agricultura do Senado dos EUA.
"Estamos conversando com a FASB sobre se precisamos de mais divulgação dessas (operações)", disse Schapiro. Eles são o único tipo de acordos de recompra que podem ser usados fora do balanço, disse ela, falando ao lado de Gary Gensler, presidente da Comissão de Negócios com Contratos Futuros de Commodities (CFTC, sigla em inglês).
Tanto a SEC como a FASB estão analisando se os métodos usados pela MF Global para contabilizar seus investimentos em dívida europeia foram legais. "Como é possível que alguém seja capaz de fazer apostas enormes, repetidas vezes, e que as operações desapareçam do balanço devido a essa técnica de recompra até o vencimento", perguntou o senador Kent Conrad, um democrata de Dakota do Norte, ressaltando que a manobra fez com que pareça que o risco foi "vendido". "Essa é uma brecha tão grande que você pode passar com um caminhão", disse Conrad. "Se essa brecha não for bloqueada, deveríamos nos perguntar o que estamos fazendo".
A European Bet MF Global Holdings Ltd, empresa controladora da corretora, dirigida por Jon Corzine, ex-governador de Nova Jersey e co-presidente do Goldman Sachs Group Inc, homologou a oitava maior falência na história dos EUA, após uma aposta malsucedida de US$ 6,3 bilhões em títulos de alguns dos países mais endividadas da Europa. O buraco nas contas (supostamente) segregadas de clientes da MF Global nos EUA poderão ultrapassar US$ 1,2 bilhão, de acordo com James Giddens, gestor que supervisiona a liquidação da corretora. Muitos dos clientes da MF Global eram agricultores que usavam contratos futuros para se proteger contra variações nos preços grãos e outros produtos.
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