Dado foi divulgado pelo diretor da Assessoria Fiscal da Alerj, Mauro Osório,
durante reunião virtual
durante reunião virtual
O Rio de Janeiro já perdeu, de 2015 até julho de 2020, quase 800 mil empregos
de carteira assinada, o que representa, segundo o diretor da Assessoria Fiscal
da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Mauro Osório, um quarto
do total de vagas ocupadas no estado. O dado foi apresentado durante reunião
virtual do Fórum Rio de Desenvolvimento - composto por parlamentares estaduais
e federais da bancada fluminense, reitores de universidades e economistas, nesta
segunda-feira (03/08).
Ao final do encontro, o presidente da Alerj, deputado André Ceciliano (PT),
antecipou que na próxima semana serão ouvidos representantes do Conselho de Recuperação Fiscal, o secretário de Estado de Fazenda (Sefaz), Guilherme Mercês, e representantes da
Agência Estadual de Fomento (AgeRio). Ceciliano também relembrou que no primeiro
encontro do grupo foi definido um calendário, e os temas serão seguidos. "A ideia, para
a próxima semana, é que tenhamos uma hora com a equipe e depois sigamos para a
discussão da potencialização da AgeRio. No dia 17 de agosto vamos realizar a nossa
primeira roda de debate sobre inovação em saúde", explicou o presidente.
Além do aumento no número de desempregados, o Rio de Janeiro foi o estado da
Federação que menos cresceu em arrecadação de ICMS entre os anos de 2012 e
2018, segundo o economista da Uerj Bruno Sobral. Em média, os estadoscresceram cerca de 4,6%, mas o Rio só cresceu 2% entre os anos analisados.
Durante a apresentação, Sobral pontuou que o Rio sempre esteve abaixo da média
nos rankings de crescimento de Receita Corrente Líquida (RCL) e de
ICMS, mesmo quando o país não estava em crise. "Quando o Brasil vai bem, o Rio
vai menos bem ainda. Quando o Brasil vai mal, o Rio vai ainda pior. Temosque superar as falsas ilusões de bonança. Esses problemas nos amarram e nos
impedem de ter algum momento mais confortável", alertou Bruno.
Ele ainda pontuou que a queda na Receita Corrente Líquida do Rio foi mais
acentuada do que a queda apresentada por Minas Gerais e Rio Grandedo Sul - estados colocados em comparação ao Rio. Sobral lembrou que o
estado apresentou a segunda pior trajetória de crescimento de receita entre 2002 e 2018.
"Se continuarmos assim o Rio poderá chegar em 2024 tendo que pagar, por ano,
três vezes mais do que o valor da dívida que temos hoje. Cada vez mais a máquina
pública do Rio vai se fragilizando", disse.
Pacto Federativo
O Pacto Federativo também esteve na berlinda. Segundo o diretor Mauro Osório,
o Governo Federal arrecada no Rio de Janeiro, por ano, cerca de R$ 170 bilhõescom impostos e devolve somente R$ 33 bilhões. O dado surpreendeu negativamente o
deputado federal dr. Luizinho (PP-RJ), que argumentou que o estado é o mais prejudicado
com a atual repartição de recursos da União.
"O Rio está pagando uma conta muito cara por um pacto firmado há 20 anos. Precisamos
alterá-lo urgentemente e atualizar os valores."
O reitor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Ricardo Lodi, disse que o
Fórum deve liderar uma campanha nacional de discussão do Pacto Federativo:"A União se sente desobrigada a atender as demandas dos estados. O
Regime de Recuperação Fiscal precisa ser renovado, mas é preciso um novo paradigma".
Já o economista Luiz Martins citou que questões políticas têm implicação no diagnóstico
da economia e que é preciso analisar onde temos autonomia para avançar embusca de novos investimentos. "Não teremos investimento privado enquanto
estivermos nesse cenário. Precisamos pensar em como melhorar essa situação", afirmou
Martins. Mas para a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ), o Rio não é visto
como um estado em desenvolvimento. "Ele é considerado um estado em declínio.
Nossa situação é muito difícil e, diante deste quadro, não é possível pensar em qualquer
estratégia sem um Estado forte, com desenvolvimento vinculado às demandasque a sociedade apresenta", argumentou.
A parlamentar ainda defendeu a volta de um banco público.
Setor Farmacêutico
Para Carlos Gadelha, economista da Fiocruz, o polo farmacêutico deve receber uma
atenção especial do grupo. Ele lembrou que o estado conta com 27% da indústriamédica do país, mas está mal posicionado no âmbito técnico-científico: "Temos que avaliar
o que depende de políticas nacionais e ter uma agenda de articulação", afirmou.
O presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj),
Jerson Lima, lembrou que o estado do Rio é o segundo maior produtor de conhecimentoe tecnologia do país, mas que é preciso trabalhar para que o resultado da academia
chegue à população. Também estiveram na reunião os deputados estaduais Luiz Paulo (PSDB),
Enfermeira Rejane (PCdoB) e Eliomar Coelho (PSol).
Fonte: ALERJ - http://www.alerj.rj.gov.br/Visualizar/Noticia/49166
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