segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Brasil continua nas mais altas prioridades da política externa portuguesa

«Reafirmei que uma das prioridades mais altas da política externa portuguesa é a relação com o Brasil. Disse à Presidente que pode contar com Portugal como o mais fiel e mais próximo aliado naquilo que vai ser, certamente, a caminhada do Brasil para ocupar o seu espaço no concerto das nações, tanto na questão geopolítica como na dimensão económica», afirmou o Primeiro-Ministro José Sócrates em Brasília, no final da uma reunião com a Presidente da República Federativa do Brasil, Dilma Roussef, no dia seguinte à tomada de posse da Chefe do Estado brasileira. Na reunião, os dois Chefes de Governo discutiram as relações bilaterais, e a agenda económica nas áreas da energia, aeronáutica e telecomunicações.

O PM referiu que a economia do Brasil está num processo de internacionalização e espera que as empresas brasileiras, a exemplo da Embraer, da Votorantim e da Camargo Correa, vejam Portugal como uma oportunidade: «As principais empresas brasileiras estão a querer afirmar-se na economia global e nós gostaríamos que elas aproveitassem o facto de Portugal ser um país moderno e europeu para fazerem dali a sua base para a expansão global». «É assim que se constrói um futuro comum: não apenas com base no romantismo de uma história comum, o que nos interessa valorizar, mas principalmente olhando com confiança e juntando forças para competirmos na economia global».

Paralelamente ao aprofundamento das relações económicas, Brasil e Portugal devem aumentar a projecção da língua portuguesa: «A responsabilidade histórica que cabia a Portugal de liderar a afirmação da língua portuguesa agora cabe aos dois países e, em particular, ao Brasil, que em breve terá 200 milhões de falantes em língua portuguesa. Estamos juntos nesta batalha de afirmação da língua portuguesa», sublinhou.

O Primeiro-Ministro afirmou ter uma excelente relação com Dilma Rousseff e elogiou o Presidente cessante, Lula da Silva: «O Brasil no Governo do Presidente Lula transformou-se num país que quer ocupar o seu espaço na cena mundial e na economia global e isto dá a Portugal uma grande oportunidade», acrescentando que Dilma Rousseff manterá a prioridade política para Portugal.

O PM afirmou nomeadamente que o Governo português vê «com bons olhos e com muito interesse» a parceria entre a Galp e a Petrobras que está em desenvolvimento para exploração de campos petrolíferos no mar do Brasil. Por outro lado, a cláusula do acordo parassocial da Galp que obrigava os principais accionistas a manterem as suas participações, terminou no final de 2010, permitindo alterações na estrutura accionista da empresa, embora mantendo a capacidade de intervenção do Estado nas decisões estratégicas da empresa. «É uma grande oportunidade para a Galp, é uma grande oportunidade para a Petrobras e é assim que se constrói um futuro comum», acrescentou José Sócrates.
 

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