» REBECCA MELLO
A expectativa de que a companhia de vestuário dos
Estados Unidos, Gap, abrirá lojas no Brasil ainda esse ano,
vem causando pressão sobre as ações da Hering. A chegada
da marca deixará o ambiente mais competitivo justamente
no momento em que a varejista brasileira se prepara
para possível crescimento mais lento das vendas do
mercado interno. Em 30 dias, os papéis registram desvalorização
de 6,37%.
O avanço do consumo doméstico chamou a atenção da
rede americana que acredita no grande potencial de crescimento
das vendas no Brasil.
A Gap registrou no ano passado receita líquida de US$ 2,1
bilhões nas redes internacionais e de US$ 12,4 bilhões na
América do Norte. Atualmente, o mercado brasileiro de varejo
de roupas está avaliado em R$ 100 bilhões (pouco
mais de US$ 40 bilhões).
A equipe de análise da Um Investimentos acredita que o
investidor exagerou ao precificar de forma negativa o
aumento da concorrência no segmento de varejo no País.
Para os analistas, a perspectiva da Hering de abrir mais
25 pontos das lojas Hering Kids este ano, tendo fechado
2012 com mais de 500 unidades do grupo, se traduz em
bom motivo para continuar acreditando nos fundamentos
da empresa.
Potencial
"A Hering possui bom patamar de vendas, marcas com
alto potencial e expectativa de vendas mais fortes este
ano. As ações continuam sendo excelente oportunidade de
investimento", apostam. Os analistas ressaltam que outro
motivo que aumentou o receio dos investidores foi a
queda do nível de confiança dos franqueados, devido a
possibilidade de chegada da Gap. Eles lembram que o foco
da companhia é o sistema de franquias, que justamente
acelera a expansão de receita.
"A redução de franqueados é um risco real para a varejista",
alertam.
De acordo com Ricardo Martins, da equipe de análise
da Planner Corretora, a desvalorização das ações da Hering
serve como oportunidade de entrada. O analista reforça
o potencial para empresa por conta da melhor perspectiva
da economia brasileira para 2013, mesmo que o
ritmo das vendas doméstica desacelere. "Aliado a percepção
de que os problemas que afetaram os números da companhia
no terceiro trimestre do ano passado, como a redução
do número de vendas, foram solucionados, a tendência
é de boa recuperação para os papéis", acredita Martins.
Varejistas
Na sessão de ontem, Hering ON perdeu 3,54%, a R$
43,07. Completando as varejistas, Lojas Renner ON caiu
0,53%, a R$ 78,61, B2W ON fechou em queda de 0,59%, a R$
15,04, Pão de Açúcar PN recuou 0,8%, a R$ 89,80 e BR
Malls ON desvalorizou 0,95%, a R$ 27,15.
Os analistas Marco Aurélio Barbosa e Sandra Peres, da
Coinvalores, apostam na tendência de alta para as ações
da BR Malls, utilizando como base a posição de líder da operadora
de shopping centers no setor de exploração de
imóveis comerciais. "A companhia continuará capturando
crescimento também via expansões de novos shoppings
que agregam valor à receita", justificam os analistas.
Em 30 dias, BR Malls ON perde 4,13%. Os analistas
técnicos da Octo Investimentos, frisam que o desempenho
da ação ainda está um pouco congestionada no curtíssimo
prazo, no entanto a expectativa é de retomada da
alta, podendo buscar a cotação de R$ 34. (Com agências)
FONTE: Jornal do Commércio/RJ – 09/01/2013 – B-1 – Seu Dinheiro
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