quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Chegada da Gap pressiona Hering

» REBECCA MELLO

 

A expectativa de que a companhia de vestuário dos

Estados Unidos, Gap, abrirá lojas no Brasil ainda esse ano,

vem causando pressão sobre as ações da Hering. A chegada

da marca deixará o ambiente mais competitivo justamente

no momento em que a varejista brasileira se prepara

para possível crescimento mais lento das vendas do

mercado interno. Em 30 dias, os papéis registram desvalorização

de 6,37%.

O avanço do consumo doméstico chamou a atenção da

rede americana que acredita no grande potencial de crescimento

das vendas no Brasil.

A Gap registrou no ano passado receita líquida de US$ 2,1

bilhões nas redes internacionais e de US$ 12,4 bilhões na

América do Norte. Atualmente, o mercado brasileiro de varejo

de roupas está avaliado em R$ 100 bilhões (pouco

mais de US$ 40 bilhões).

A equipe de análise da Um Investimentos acredita que o

investidor exagerou ao precificar de forma negativa o

aumento da concorrência no segmento de varejo no País.

Para os analistas, a perspectiva da Hering de abrir mais

25 pontos das lojas Hering Kids este ano, tendo fechado

2012 com mais de 500 unidades do grupo, se traduz em

bom motivo para continuar acreditando nos fundamentos

da empresa.

 

Potencial

 

"A Hering possui bom patamar de vendas, marcas com

alto potencial e expectativa de vendas mais fortes este

ano. As ações continuam sendo excelente oportunidade de

investimento", apostam. Os analistas ressaltam que outro

motivo que aumentou o receio dos investidores foi a

queda do nível de confiança dos franqueados, devido a

possibilidade de chegada da Gap. Eles lembram que o foco

da companhia é o sistema de franquias, que justamente

acelera a expansão de receita.

"A redução de franqueados é um risco real para a varejista",

alertam.

De acordo com Ricardo Martins, da equipe de análise

da Planner Corretora, a desvalorização das ações da Hering

serve como oportunidade de entrada. O analista reforça

o potencial para empresa por conta da melhor perspectiva

da economia brasileira para 2013, mesmo que o

ritmo das vendas doméstica desacelere. "Aliado a percepção

de que os problemas que afetaram os números da companhia

no terceiro trimestre do ano passado, como a redução

do número de vendas, foram solucionados, a tendência

é de boa recuperação para os papéis", acredita Martins.

 

Varejistas

 

Na sessão de ontem, Hering ON perdeu 3,54%, a R$

43,07. Completando as varejistas, Lojas Renner ON caiu

0,53%, a R$ 78,61, B2W ON fechou em queda de 0,59%, a R$

15,04, Pão de Açúcar PN recuou 0,8%, a R$ 89,80 e BR

Malls ON desvalorizou 0,95%, a R$ 27,15.

Os analistas Marco Aurélio Barbosa e Sandra Peres, da

Coinvalores, apostam na tendência de alta para as ações

da BR Malls, utilizando como base a posição de líder da operadora

de shopping centers no setor de exploração de

imóveis comerciais. "A companhia continuará capturando

crescimento também via expansões de novos shoppings

que agregam valor à receita", justificam os analistas.

Em 30 dias, BR Malls ON perde 4,13%. Os analistas

técnicos da Octo Investimentos, frisam que o desempenho

da ação ainda está um pouco congestionada no curtíssimo

prazo, no entanto a expectativa é de retomada da

alta, podendo buscar a cotação de R$ 34. (Com agências)

 

FONTE: Jornal do Commércio/RJ – 09/01/2013 – B-1 – Seu Dinheiro

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